terça-feira, 21 de agosto de 2012

Madureira 1x0 Tupi-MG - 14/07/2012


Era mais um sábado de inverno nublado no subúrbio carioca. O fanático Bruno Silva não pode comparecer, pois estava viajando. Por isso, convoquei o não menos fanático Raphael Santiago para me fazer companhia neste jogão válido pela 3ª rodada da Série C 2012.

O bairro de Madureira fervia, ruas lotadas, a população comprando tudo que se possa imaginar no Mercadão. Tive uma leve dificuldade para estacionar o carro, e então fui para a entrada do Estádio, na Rua Conselheiro Galvão, aguardar o Raphael, que estava chegando de trem. Neste tempo, consegui acompanhar a conturbada chegada da Torcida Organizada Tribo Carijó, do time visitante, que veio em uma van em aproximadamente 20 pessoas, e demorou uns 20 minutos para estacionar, devido ao forte engarrafamento, comum na porta do estádio. Destaque para um cano de PVC, que é usado como mastro para uma das bandeiras da torcida.

Ingressos comprados, a R$10 a meia-entrada, hora de entrar. O relógio já marcava quase 15h, horário determinado para o início do jogo. A Torcida Jovem do Madureira estava presente, na arquibancada descoberta, e fomos para perto acompanhar as músicas e poucas faixas. O jogo até que encheu, pois as cadeiras sociais também estavam cheias, e de repente chegaram muitos torcedores do Tupi, em grande parte familiares dos jogadores de Juiz de Fora, que se posicionaram próximos à Torcida Tribo Carijó.

O jogo foi de nível técnico baixíssimo. No 1º tempo, a equipe visitante foi ligeiramente melhor, onde dominou as ações do jogo, porém finalizou muito pouco. No 2º tempo, o MEC voltou um pouco melhor, mais ligado, pressionando o adversário. Aos 22 minutos, após jogada de Rodrigo Lindoso pela ponta esquerda, o atacante Derlei aproveitou cruzamento e escorou para dentro do gol, inaugurando o placar.

Porém, o que mais chamou a atenção de todos ainda estava por vir. Aos 39 minutos, um tiroteio se iniciou nas proximidades do estádio. O barulho dos tiros era muito alto, e torcedores e jogadores se desesperaram. Dentro de campo, alguns jogadores chegaram a se jogar no gramado, enquanto a maioria correu para se esconder dentro dos vestiários. A torcida, principalmente a presente nas cadeiras sociais (que ficam de frente para a favela de São José, onde estava havendo o tiroteio), começou um corre-corre, e muitos foram embora se esconder em lugares menos expostos. Eu e Raphael estávamos mais bem posicionados, teoricamente protegidos pelas paredes da arquibancada, porém descemos até o nível do gramado para buscar um lugar mais protegido. Neste momento, fiquei preocupado com meu carro, que estava estacionado na rua onde parecia estar havendo o tiroteio. Depois do susto, a PM informou ao árbitro que estava havendo uma operação no Morro de São José, e que havia distância suficiente para que o jogo continuasse normalmente. Então, foram jogados os 6 minutos complementares, onde inclusive houve um pênalti não marcado a favor do Tupi, e o juiz apitou o final da partida. 1x0 pro tricolor, onde todos saíram mais preocupados com suas vidas do que com o resultado do jogo.

Com o final do jogo em campo, para mim ainda havia o desafio de chegar até o carro. O Raphael foi embora rapidamente, pois o trem ficava na direção oposta à da favela. Depois de cruzar o mercadão (com muitas lojas já fechadas), saí na Av. Min. Edgar Romero, onde o clima era de tensão, e havia muitos policiais militares na rua que dava acesso à favela. Passei correndo para chegar logo ao local onde havia estacionado, e tudo aconteceu tranquilamente. No fim das contas, acabei economizando R$ 3, pois o guardador já tinha ido embora da rua, por motivos óbvios, e tudo não passou de um grande susto.

ps1. Com a vitória, o Madureira atingiu 9 pontos em 3 jogos, assumindo a liderança isolada do grupo B, e mantendo os 100% de aproveitamento.
ps2. Espero que a PM não realize mais operações neste horário, num lugar onde as ruas vivem lotadas de gente, e o comércio é muito forte.
ps3. Enquanto a bala comia, os integrantes da Torcida Jovem do Madureira se animaram ainda mais e cantavam ‘’Tiro pra caralho, tiro pra caralho...’’, fazendo muita festa devido ao tiroteio.
ps4. O público foi de 326 pagantes, com 426 presentes. 




Belenenses 2x0 Penafiel - 28/01/2012

Da correspondente paranaense, Ana Cecília Sowinski, direto de Lisboa.


De férias em Portugal, eu – junto do meu pai, de um tio e um primo, resolvemos ir assistir a um jogo do tradicional “Clube de Futebol Os Belenenses”. É um tradicional clube localizado na freguesia de Belém, em Lisboa, para o qual torcia meu avô na época em que morava em Portugal.

Era um sábado, dia 28 de janeiro de 2012. O dia estava ensolarado e chegamos ao estádio uma hora antes do início do jogo – que era contra o Penafiel, válido pela 2ª divisão do Campeonato Português. Na entrada, torcedores dos dois times entravam juntos, sem nenhum problema (a área de banheiros e lanchonete também era para as duas torcidas)! Antes de o jogo começar, o sistema de som do estádio tocava músicas do time, e a torcida ia chegando aos poucos. O Estádio do Restelo - a casa do Belenenses - é grande e bonito, mas no dia deve ter dado um público de apenas 2 mil pessoas... Destaque pra grande quantidade de senhores de avançada idade, muitas vezes com radinho de ouvido, ora aplaudindo ora xingando muito! Tirando uma pequena torcida organizada, era um clima bem familiar no estádio. Até da lanchonete era uma família inteira que cuidava – e os gandulas eram todos meninos da base.


O Belenenses não teve dificuldades no jogo, meteu 2x0 no Penafiel, sendo um deles de pênalti (acho que até quem fez um dos gols foi um brasileiro – é muito comum ver brasileiros jogando por lá).





Foi uma experiência muito bacana, espero repetir! Até uma camisa do time comprei lá no dia. Segue umas fotos do jogo e do estádio. E vamos lá né Bruno, à procura de mais jogos bizarros por aí! Hahahaha.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Santa Cruz 1x0 Sete de Setembro - 02/03/2009

Ai, ai...O verão. Alguém lembra aquela propaganda da skol? Sim, este jogo além de ter sido no verão, foi no pós-carnaval em Recife (o melhor carnaval da terra) e em uma segunda feira, dia de trabalho...dia de trabalho?! hahahaha.
No rio de Janeiro, antes do carnaval:
- Hugo, to na pilha de ir em um jogo em Recife, cara.
- O problema é que só tem libertadores e o ingresso é muito caro.
- É verdade. Se bem que tem um jogo pelo campeonato estadual que dá pra nós irmos.
- Qual?
- Santa Cruz x Sete de Setembro.
- Hummm
Tudo começou assim. Na segunda feira, pós carnaval, decidimos ir no grande jogo que possivelmente estava na primeira rodada da segunda fase do pernambucano. O dia estava chuvoso e a grana do carnaval, que já não era muita, estava acabando. Ninguém quis nos acompanhar nessa bela jornada. As informações da região diziam que era necessário pegar dois ônibus para chegar ao estádio, que ficava em um bairro afastado e longe do centro (Estávamos instalados em Boa Viagem).
Assim que saímos de casa o primeiro contratempo, uma borrada de leve do senhor Obermuller, ocasionou numa limpeza com a própria cueca, que foi deixada no meio do caminho.
Após este "belo fato",  e depois de pegarmos o primeiro ônibus, descemos em um terminal rodoviário no minimo estranho. E é claro, assim que chegamos, fui pedir informações de como se chegava no estádio do Arruda. Primeira regra de ir a estádios por Brasil afora: Não faça cara de gringo. Exatamente o que eu fiz e com isso levamos a alcunha de "gringos" no ônibus. Logo estávamos com um cagaço até chegarmos no estádio.
Com 10 reais no bolso e muita disposição chegamos no bairro do estádio que fica na avenida Beberibe, perto da encruzilhada.
Chegando no estádio, os cambistas agiam livremente, vendendo o ingresso por 2 reais, isso mesmo, 2 reais. O ingresso custava 1 real na bilheteria. Esse projeto de Pernambuco de ingressos baratos é proveniente da troca de notas fiscais de qualquer estabelecimento autorizado. Um valor minimo de 20 reais e uma troca por ingresso para qualquer partida do pernambucano.
Na entrada do estádio crianças pediam dinheiro, coisa que eu nunca vi em estádio nenhum deste Brasil baronil. Depois disto bateu aquela fome, e é claro, se tratando de duas pessoas que comem pouco, foi um prato cheio. Coxinhas de frango e geladinho a 1 real. Claro que a coxinha de frango era 90% massa e 10% cheiro de frango, porém deu pra encher a barriga mesmo assim.
Falando da torcida, nunca vimos mais apaixonada. Ficamos no primeiro tempo na arquibancada central com o povão e no segundo tempo partimos para a TOIC, torcida inferno coral, que agita a galera no estádio.
O jogo em si foi típico de pós carnaval: ressaca, bola pro lado, muitos cruzamentos, poucas finalizações, xingamento para o juiz, ou seja, típico de um belo carnaval em Recife. O gol saiu logo no inicio, com um chute cruzado de Roger. O resto do jogo foi chato, porém a torcida fazia um carnaval nas arquibancadas, e valeu demais só por isso.
Na volta, com a escassez de ônibus, pegamos um taxi até o centro e de lá pegamos o ônibus para Boa Viagem. Com muita chuva e em ruas muito escuras, decidimos botar as camisas na cabeça para proteger o máximo da chuva e quase matamos duas velhinhas do coração, porque parecíamos dois terroristas afegãos.
Uma bela viagem e um belo jogo que merece um lugar especial nessa nossa pequena coleção.

Santa Cruz 1 x 0 Sete de Setembro de Garanhuns
Gol: Roger 3 minutos do primeiro tempo
Público Presente: Aproximadamente 20 mil pessoas
Participantes: Hugo e Bruno

http://www.youtube.com/watch?v=jHl5WmjFx9w