sábado, 23 de fevereiro de 2013

Madureira 2 x 3 Bangu - 16/02/2013


  Caros amigos e leitores do Jogos Para Nunca, este que vos escreve desta vez é Arthur Raboni Alves Rodrigues, estudante de geologia da UFPR, que durante o feriado do carnaval de 2013 esteve na maravilhosa cidade do Rio de Janeiro junto com a Ana Paula (Fada Braba), e que teve a rara e inesquecível oportunidade de acompanhar um jogo da Taça Guanabara (primeiro turno do Campeonato Carioca) de 2013: Madureira Esporte Clube x Bangu Atlético Clube.

  Pela primeira vez na cidade, e mesmo tendo conhecido o carnaval e os pontos turísticos, um dos programas mais esperados desta minha curta temporada no RJ era, sem dúvidas, a ida aos jogos de futebol no final de semana (no dia seguinte estive presente no Fla 1 x 0 Bota no Engenhão) e por isso estava ansioso e com uma ótima expectativa. Era uma tarde de sábado ensolarada e abafada (como se lá houvesse outra condição climática), com o termômetro marcando seus habituais 35º C, com sensação térmica de mais de 40º C. A ida ao estádio levou cerca de 30 minutos e o clima dentro do carro, com trilha sonora inspirada nos grandes sucessos do pagode dos anos 90, já indicava que aquela tarde seria inesquecível, mas nem tanto para a Ana, que dormiu boa parte do trajeto. A chegada no estádio foi tranquila e a compra dos ingressos mais ainda, pois não havia filas. Porém, nem tudo são flores. Ao tentarmos passar pelos PMs que faziam a revista nos torcedores, foi decidido por eles – arbitrariamente e na nossa frente, que não era permitido a entrada com camisas de outros clubes e também de ficar sem elas nas dependências do estádio. “Estatuto do Torcedor” justificou o PM. Não sem lamentação, eu e o Bruno, que vestíamos o manto do tricolor paranaense, tivemos que usar nossas camisas do lado avesso. Ao passar pelos policiais, logo na entrada, antes de chegar à arquibancada e ao gramado, do lado esquerdo está instalada a Boutique do time da casa e do direito, além de uma vitrine com todos os troféus dos 98 anos do clube, um painel com fotos de jogadores conhecidos que já passaram pelo Madureira (primeira diversão do dia = apontar e dizer quem eram os jogadores).

  A arquibancada do estádio é acanhada, com cadeiras e cobertura de um lado, e cadeiras azuis (que eram do Maracanã) do outro, sendo que atrás dos dois gols não há lugares para sentar. Quando chegamos, MEC e BAC já estavam em campo, pois estava rolando um jogo preliminar entre os juniores dos clubes que, modestamente, foi um show de horrores. Ainda bem que quando entramos o jogo já estava acabando. Pouco antes de começar a partida, fomos procurar lugares para sentar. Ficamos na torcida do Bangu, composta em sua maioria por senhores da melhor idade, mas com alguns jovens que ainda cantam e gritam pelo clube. Sempre que possível soltávamos gritos de incentivo ao time, bem como homenagens para as mães do árbitro e dos bandeirinhas. O sol, que aos poucos se punha, vinha direto em nosso rosto, mas este não era um “privilégio” apenas nosso. Era possível ver, no telhado de uma das casas ao lado do estádio, um torcedor do Madureira que estava sentado sobre as telhas, pronto para acompanhar o espetáculo.

 “Se preparem para o pior jogo de suas vidas.” Com essa singela frase do Hugo ao fundo, os clubes entraram no gramado para os 377 pagantes. O jogo era válido pela 7ª rodada e o Madureira brigava por uma das duas vagas à semifinal. Alguns jogadores foram logo reconhecidos, como o goleiro Getúlio (ex-Fla) e o volante Yves (ex-Vasco e que passou pelo Paraná Clube também), e outra ainda desconhecida do público nacional, mas que logo será conhecida: Hugo, camisa 11 do Bangu. O Jogo começou e com apenas 1’ a frase, que outrora parecia absurda, começara a se transformar em realidade, já que depois do chute de um atacante do Madureira, a bola viajou pela linha de fundo, e mais do que isso, para fora do estádio. O jogo seguia equilibrado quando Derlei, atacante do MEC, aproveitou a falha clamorosa do zagueiro do Bangu e abriu o placar aos 18’. A festa da torcida alvirrubra – e nossa, veio apenas aos 38’ quando Sérgio Júnior aproveitou a sobra da dividida do goleiro do Madura com o zagueiro do Bangu (aquele que falhou no primeiro gol), depois de uma falta cobrada para dentro da área, para empatar a partida. O segundo tempo começou e não demorou muito para o grito de “Uh, tá maneiro! Sérgio Júnior é artilheiro!” ecoar no estádio, pois aos 12’ ele havia virado o placar a favor dos visitantes. O jogo ficou eletrizante, com jogadas de perigo para ambos os lados. Aos 35’, depois de uma bola na trave e outra que foi pela rede do lado de fora, o Madureira chegou ao empatou com um chute rasteiro de Rodrigo Lindoso da entrada da área. 2 a 2. No minuto seguinte, depois de um escanteio a favor do Bangu, o árbitro da partida marcou um pênalti invisível, daqueles que nem o cara que supostamente sofreu a penalidade entende e, Eudes, que não tinha nada a ver com isso, mandou a bola para a rede e deu números finais à partida. 3 a 2 em um jogão de bola,  surpreendentemente contrariando a célebre frase do Hugo no início da partida.

Ficha técnica:
Campeonato Carioca 2013 – Taça Guanabara – 7ª rodada
Madureira 2 x 3 Bangu
Local: Estádio Aniceto Moscoso
Gols: Derlei e Rodrigo Lindoso (MEC); Sérgio Júnior e Eudes (BAC)
Púlbico: 377 pagantes

Alguns fatos interessantes:
- Fabinho, ex-volante que passou por Flamengo, Santos, Internacional e Flu, foi visto nas arquibancadas em companhia de um staff do Bangu, que fazia o scout da partida. Tendo em vista o belo futebol apresentado por Hugo desde o começo do campeonato, imaginamos que o ex-jogador estava ali como olheiro de algum outro clube interessado na jovem promessa. Mas ao vê-lo comemorando os gols do Bangu e depois de rápida pesquisa, descobrimos que ele estava lá porque hoje é o gerente de futebol do clube. Então, por enquanto, nada do Hugo sair do Rio!
- Durante o segundo tempo, um velho torcedor do Bangu comentou sobre o finado Castor de Andrade, bicheiro e ex-presidente do clube, responsável direto pelo título carioca de 66 e do vice-brasileiro de 1985. Este simpático senhor lembrou duas histórias do Castorzinho, que andava sempre com uma “prateada” no bolso, e que conseguiu virar dois jogos a favor do Bangu, sendo um deles de futebol feminino! Demos boas risadas!

Agradeço a oportunidade de acompanhar um jogo de futebol com esses dois monstros do esporte e tenho certeza que mais jogos virão! Foi um prazer incrível! Até a próxima!
Abraço a todos.

Autor do texto: Arthur Raboni Alves Rodrigues
Equipe presente: Hugo, Bruno e Ana Paula.






http://futrio.net/wp/59556-bangu-desbanca-o-madureira-em-conselheiro-galvao

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

J. Malucelli 2 x 0 Nacional de Rolândia - 03/02/2013


Em mais uma participação dos amigos paranaenses da geologia da UFPR, vamos a mais um jogo emocionante do campeonato da região, entre jotinha x rolândia. Um clássico dos jogos para nunca que foi descrito a seguir pelo brother "Carioca".

E lá vamos nós falar de mais um jogo inesquecível!

O domingo na capital paranaense parecia ter acordado de ressaca. Provavelmente
ficou assistindo o massacre brasileiro no UFC e acordou de mau humor. Mas tempo feio não
espanta torcedor de verdade do estádio.

Para o jogo entre J.Malluceli x Rolândia resolvi convidar uns amigos pra assistir o jogo
e dar um apoio na Torcida Organizada Ressaca Azul. As 15h30min estávamos todos no Parque
Barigui: Eu, Fernanda, Coxinha e Dú (aquele mesmo). A chuva começava a cair e saímos todos
de guarda chuvas do carro. Eu com meu guarda chuva preto, coxinha idem, e Fernanda e Dú
dividindo um guarda chuva rosa. Chegamos ao estádio em 5 minutos, só cruzamos a passarela
e já avistamos a bilheteria. Não existia fila e na realidade havia mais P.M. e segurança do que
torcedor. Compramos nossos ingressos e logo entramos no estádio. Assim que passamos a
catraca já avistamos o time do Rolândia aquecendo no campo e o treinador de goleiros Rafael
Maikon veio nos recepcionar. Segundo ele expectativa na primeira vitória era grande, o time
estava motivado. Subimos então as escadas de acesso à arquibancada que na realidade
parecia mais uma escada no meio da floresta com acesso para arena de rodeio. Ao chegar
na arquibancada percebemos que multidão estava lá! Provavelmente lá em São Paulo, Rio
de Janeiro, sei lá... mas no Eco Estádio é que não estava! Sentados nas tabuas de madeira
molhadas pela chuva e com guarda chuva aberto esperamos pelo inicio do jogo.
Por volta das 16:20 os times entraram em campo e logo foram cantar o Hino do estado
do Paraná e o Hino Nacional. Nesse momento pude perceber que o Coxinha não sabe cantar o
Hino Nacional. Encerrada as formalidades os jogadores do Rolândia foram até próximo de nós
agradecer pelo apoio. Nossa torcida contava com mais umas 6 pessoas muito engraçadas.
Logo os times se organizaram e 1 minuto de silêncio foi respeitado em homenagem a tragédia
de Santa Maria.
A bola rola no Eco Estádio e Rolândia sai com tudo pro ataque. Começamos então a
cantar, gritar e xingar! Não demorou 1 minuto e a Fernanda perguntou se a gente não ia ser
preso pelo fato de xingar o juiz e os jogadores do outro time. O silêncio pairou no ar e tivemos
que explicar a ela que não era crime e que os policiais não iam nos prender.
Voltamos a xingar então e logo um amigo meu comenta “to sentindo que a bola vai
entrar”. A intuição dele estava certa! O Rolândia estava jogando demais, era todo ataque. Boas
chances foram criadas e pelo menos 2 gols perdidos na cara. Aquele ditado que diz “quem não
faz leva” é a mais puta verdade. Não demorou muito e por volta dos 30’ do primeiro tempo
o time do J. Malucelli fez o primeiro gol num bate e rebate na área do Rolândia. O gol não
nos abateu! Continuamos a fazer barulho e incentivar o Rolândia. A dinâmica do jogo mudou
completamente e o time do Rolândia começou a ser pressionado a todo instante. O fim do
primeiro tempo nos trouxe uma pontinha de esperança em acreditar que o Rolândia voltaria
com a mesma pegada do começo do jogo.
Show do intervalo! Era hora de descer pro banheiro pra beber aquela água da
torneira. Ao chegar no nível do gramado conversei com o Rafael Maikon, preparador de
goleiros, e ele me disse que o time estava se xingando no vestiário, mas assim como eu
acreditavam em uma virada. Ganhei de presente uma camisa oficial da Ressaca Azul e 3 bonés
do Rolândia e seu patrocinador Brinquedos União. Subindo novamente na arena de rodeio
encontrei a galera da Ressaca Azul (Coxinha, Fer e Dú). Havia apenas um ambulante que
parecia estar alcoolizado. Quando ele falou “tenho bebida ai se vocês precisarem” a Fernanda
achou que era de graça e quase pediu uma Coca!
Começou o segundo tempo! E nada mudou... A pressão do jota Malucelli continua
e o time do Rolândia se perdeu em campo. Foi então que nos animamos. Xingamos muito
os jogadores adversários até o momento em que o Jogador Bruno Batata, mas conhecido
como “Batata quer Banana”, chegou mais perto da grade e olhou nos olhos do Coxinha com
muita raiva! A tática estava funcionando, sentimos que o papel da Ressaca Azul estava sendo

cumprido. Os jogadores adversários nos escutavam e ficaram nervosos em campo. Ouvindo
nossos gritos de “mata ele”, “quebra ele” e “come ele” os jogadores no Rolândia começaram
a bater. Carrinhos e voadoras foram observadas. Cartões amarelos começaram a pipocar pro
nosso lado e o time se perdeu de vez. Levamos mais um gol na metade do 2° tempo e o jogo
terminou com a derrota do Rolândia. Saímos chateados pela derrota, mas não desanimados!
Infelizmente o time de Rolândia segue invicto sem nenhuma vitória no Campeonato
Paranaense. A esperança ainda existe e o próximo jogo será no Couto Pereira contra o Coritiba
na quarta feira do dia 6 de fevereiro.

VALEU RESSACA AZUL!!!! Batata quer Banana!!!!! Juiz de Langerie da LUPO!!! Goleiro
Mijão!!!